El Salvador isentará os investidores estrangeiros de impostos sobre os lucros da especulação com bitcoins no país, disse um consultor do governo na sexta-feira, depois de se tornar o primeiro a reconhecer a criptomoeda como curso legal.
“Se uma pessoa possui ativos em bitcoin e obtém altos lucros, não haverá impostos. Isso (é feito) obviamente para incentivar o investimento estrangeiro”, disse à AFP Javier Argueta, assessor jurídico do presidente Nayib Bukele.
“Não haverá impostos a pagar nem sobre o aumento de capital nem sobre a renda.”
El Salvador introduziu o bitcoin como moeda legal na terça-feira, ao lado do dólar, que foi a moeda oficial por 20 anos.
Especialistas e reguladores destacaram preocupações sobre a notória volatilidade da criptomoeda, seu impacto potencial na inflação de preços em um país com grande pobreza e desemprego, e a falta de proteção para os usuários.
Também há temores sobre seu potencial para uso ilegal – principalmente na lavagem de dinheiro de atividades criminosas, como o tráfico de drogas, e no financiamento do terrorismo.
Segundo Argueta, a “carteira” cibernética que permite aos salvadorenhos em casa e no exterior comprar e gastar bitcoin inclui “mecanismos relevantes” para garantir a rastreabilidade.
“Estamos implementando uma série de recomendações de instituições internacionais contra a lavagem de dinheiro”, acrescentou o consultor.
Ele disse que as transações de bitcoin serão interrompidas temporariamente se seu valor entrar em colapso, a fim de minimizar o impacto da flutuação extrema da moeda.
O governo diz que sua experiência dará a muitos salvadorenhos acesso a serviços bancários pela primeira vez e espera economizar milhões de dólares em comissões sobre remessas enviadas do exterior, principalmente dos Estados Unidos.
As remessas representam mais de um quinto do PIB do país.