CRIPTO NEWS – RELATÓRIO SEMANAL
A volatilidade recente no mercado de criptomoedas pode dar a impressão de que tudo está em baixa, mas, ao analisarmos vários sinais, surge um quadro que pode ser bem mais otimista do que parece à primeira vista. Apesar de um volume vendedor expressivo em Bitcoin – que chegou a registrar saídas de -2,03 bilhões de dólares em exchanges, o maior nível de vendas desde o colapso da 3 Arrows Capital, em 2022 –, diversos indicadores apontam para uma possível exaustão dos vendedores e, consequentemente, uma preparação para a próxima onda de alta.
Um dos dados mais interessantes é que as “baleias” (investidores com 1.000 BTC ou mais) continuam retirando grandes quantidades de Bitcoin das corretoras. Só na última semana, foram cerca de -5.004 BTC transferidos para carteiras próprias, fortalecendo a narrativa de acumulação. Em paralelo, o saldo total de BTC nas exchanges caiu para apenas 2,719 milhões de moedas, de acordo com a Glassnode. Essa redução de oferta disponível tende a criar um “piso” no preço, pois, na falta de vendedores ativos, qualquer aumento de demanda pode impulsionar o mercado rapidamente.
O Crypto Fear & Greed Index voltou para a zona de medo (entre 35 e 46), sugerindo que o varejo ainda está apreensivo. Ao mesmo tempo, as taxas de financiamento permanecem negativas, sinal de que há mais posições vendidas em derivativos do que compradas. Historicamente, esses elementos – medo extremo e funding negativo prolongado – costumam anteceder recuperações significativas, uma vez que, ao menor sinal de estabilização ou notícia positiva, muitos traders são “forçados” a encerrar suas posições vendidas, gerando um empurrão extra na direção contrária.
Felix Hartmann, fundador da Hartmann Capital, reforça essa visão “bullish”. Ele aponta que várias altcoins já retornaram às linhas de tendência de longo prazo, praticamente eliminando os ganhos do final de 2024. Ao mesmo tempo, grandes desbloqueios de tokens, vesting, (cerca de US$ 35 bilhões entre março e outubro de 2024) já foram digeridos pelo mercado, o que pode aliviar a pressão vendedora daqui em diante.
No contexto macro, a recente queda do Bitcoin abaixo de US$ 100 mil foi estimulada pelos atritos comerciais entre Estados Unidos e China, com o anúncio de novas tarifas norte-americanas. Porém, ao longo prazo, essa mesma tensão geopolítica pode favorecer o BTC como proteção contra inflação e oscilações cambiais. James Wo, CEO da DFG, ressalta que a fraqueza do dólar em meio a conflitos pode atrair investidores para ativos como Bitcoin, criado justamente para funcionar como uma reserva de valor descentralizada.
Enquanto isso, investidores institucionais seguem otimistas, contrastando com o varejo, que se mostra mais receoso. A Bitwise aponta que a confiança de quem é “pequeno” está em baixa histórica, mas grandes players ainda enxergam potencial de alta. Se o cenário macroeconômico der uma trégua – por exemplo, com algum acordo comercial entre EUA e China – podemos ver uma guinada repentina nos preços. Afinal, com menos BTC disponível nas exchanges e baleias continuamente acumulando, é preciso pouco para reacender o entusiasmo do mercado.
No fim das contas, embora o clima de curto prazo seja repleto de incertezas, há cada vez mais indícios de que o mercado cripto possa estar próximo de um fundo. O medo extremo, a exaustão de vendedores, as baleias comprando e um cenário macro que pode, paradoxalmente, fortalecer o Bitcoin como proteção, todos apontam para uma retomada.
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